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Ananda Barata: Estudante de Moda
Laís Lepper: Estudante de Moda

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Belle Époque

A Belle Époque e a Moda Eduardiana eram contemporâneas e bastante semelhantes, mas uma acontecia na França e a outra na Inglaterra. Considera-se o início da Belle Époque meados de 1890.

Foi, sem dúvidas, uma era de de luxo  em que a moda e o consumo era pensado para grupo seleto e as disparidades sociais tornavam-se óbvias . No século XIX e início do século XX, a indústria da moda se expandiu a partir da produção de famosas marcas  francesas como: Jacques Doucet (1871), Rouff  (1884),Jeanne Paquin (1891), Soeurs Callot (1895),Paul Poiret (1903),Madeleine Vionnet (1912),Chanel (1925),Elsa Schiaparelli(1927) e Balenciaga (1937).
A moda da Belle Époque passou por diversas transformações com o decorrer do tempo, afinal estamos falando de duas décadas. Para conseguirmos compreender as mudanças e permanências da moda dessa era vamos dividir os anos e analisar as tendências separadamente.


 1895 – 1910
A moda da Belle Époque é fiel ao espírito do Art Nouveau, uma corrente artística que  é caracterizada por curvas e inspirado pela natureza do embelezamento.A silhueta era caracterizada por curvatura em “s” curva conquistada pelo uso de corpetes e espartilhos apertados que acentuavam os seios e quadris  que eram projetos para fora do corpo, e afinavam a cintura.Essa silhueta ainda era um resquício da forma ampulheta em voga durante o século XIX.




As roupas eram excessivamente românticas e fluidas contando com vários detalhes como plissados, bordados e aplicações de renda.  As roupas eram tão trabalhadas e com tantos detalhes que nenhuma dama poderia  vestir-se ou despir-se sem o auxílio de um terceiro, mais uma forma de distinção social. 


O guarda-sol, para proteger a pele clara do sol, tornaram-se acessórios indispensáveis à composição do look diurno.  Coberto com rendas, o guarda-chuva tinha cabo de madeira ou marfim esculpido,  tornou-se um acessório de moda  indispensável à composição do look diurno da época assim como os grandes e luxuosos chapéus. 


Quanto aos penteados o estilo “Pompadour”, usado por mulheres e homens,consistia em  um “topete” feito com o próprio cabelo ou usando apliques quando queriam mais volume, o cabelo era jogado para trás e preso geralmente em coque no topo da cabeça. 


O paradigma da mulher ampulheta,  de cintura e pés minúsculos ( muitas mulheres decepavam o dedinho mindinho para afinar os pés) e pele clara foi dissemido principalmente pelas “Meninas de Gibson”. O ilustrador de moda Charles Dana Gibson, entre 1890 e 1910, assinou colunas de moda em revistas e manuais de boas maneiras nos EUA e Grã-Bretanha, em seu trabalho lançou a imagem de uma “Nova Mulher “, desportiva , independente e elegante.




 Aos poucos as mulheres conquistavam seu espaço, as mais ousadas já dirigiam e trabalhavam fora, o terno aos poucos foi  introduzido ao vestuário feminino, inicialmente o paletó era usado com uma saia drapeada. 
Os vestidos eram feitos de tecidos suaves e leves, como musseline de seda e chiffon, as cores eram leves, geralmente bege e branco. Ainda era a norma fazer vestidos em duas partes: Corpete e Saia. Os decotes desapareceram das roupas diurnas dando lugar às golas altas de renda  que alta mas a noite usavam decotes quadrados e redondos que permitiam o uso de jóias. 



1910-1914:

O mundo estava em alerta e a corrida armamentista tornava a I Guerra Mundial iminente. Era necessário se habituar à agilidade e praticidade dos novos tempos industriais,não havia mais espaço para movimentos limitados.A silhueta torna-se mais natural, nada de corsets ou espartilhos, o estilo império retorna ao guarda-roupa feminino e o comprimento da saia também começou a subir  mostrando os sapatos e tornozelos. 


Dois ternos peça começou a fazer rondas em moda feminina no final de 1913. A jaqueta era um pedaço de tecido volumoso, enquanto a saia estreitou tanto nos tornozelos, apenas pequenos passos eram possíveis. Chapéus, antes grandes e com flores , se transformaram em  turbantes com penas ou broches. 


O movimento Orientalista invade a moda pelas mãos de Paul Poiret, um dos estilistas expoentes do período, porém ganha muitas adeptas após o sucesso da apresentação do espetáculo Scheherazade ( figurinos inspirados pelo Orientalismo), do Ballet Russo,em Paris. 


Poiret criou em pantalonas , turbantes,quimonos,vestidos império,saias “hobble”e obis, também usou cores vivas e combinações exóticas que as mulheres poderiam vestir sem a ajuda.Chapéus antes grandes e com flores se transformaram em  turbantes com penas ou broches. 



Com o início da Guerra, em 1914, as alterações no vestuário foram ditadas mais pela necessidade do que estética, as mulheres eram forçadas a trabalhar o que exigia roupas mais adequados às suas novas atividades , a gravidade da situação fez com adotassem um visual monocromático com cores mais escuras e sóbrias.




3 comentários:

  1. bom dia, gostaria de saber se posso usar imagens da sua página, no caso mulher com sombrinha para ilustrar um livro. Caso seja possível, peço uma autorização.
    grato

    carlos gaiza

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  2. meu contato:
    carlosbo@ig.com.br
    fone: 81.9734.2010 tim

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  3. Sou estudante de moda e tenho interesse no conteúdo.

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